segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Folheto...

Caros leitores,

Estamos a aproximarmos-nos da recta final do nosso semestre, e assim, consequentemente, terminaremos a Unidade Curricular orientadora deste trabalho. Esperamos sinceramente termos conseguido passar a informação necessária sobre esta perturbação. Em resumo a todos os post's que podem encontrar ao longo do blogue, realizámos um folheto informativo sobre a gaguez na idade pré-escolar. Agora pretendemos fazer a distribuição deste folheto aos vários Jardins de Infância. Para vocês caros leitores, deixamos o folheto aqui para que caso desejem possam ficar com o documento.



Podem descarregar o documento na íntegra Aqui!

Análise dos questionários online...

Caros leitores,

Já há algumas semanas que temos aqui, colocado o nosso questionário online, com o intuito de percebermos o que a sociedade pensa e também, podermos ver a visão das pessoas que lidam com esta perturbação. Das respostas obtidas, fizemos uma análise consoante as respostas mais frequentes para cada pergunta. Aqui vai:
Agradecemos a todas as pessoas que disponibilizaram um pouco do seu tempo para nos ajudar nesta causa, respondendo às perguntas.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Leitura para pais e filhos...

Caros leitores,

Nunca é demais uma boa leitura para compartilhar com aqueles que mais gostamos. Então deixamos aqui mais uma proposta de leitura que pode ser útil para ler com a criança. Tanto para os pais de crianças gagas, como para os professores.
Para ser mais interactivo passámos a leitura para formato vídeo, assim pode ler a história directamente do seu computador.

"Olha só quem está a falar...!"
Livro de Priscilla Silveira
Adaptado para o Português de Portugal


Para quem quiser ficar com o documento, deixamos Aqui.

sábado, 1 de dezembro de 2012

A intervenção do Terapeuta da Fala na criança com gaguez...


Caros leitores,

Após a avaliação da gaguez são definidos objectivos individuais para cada paciente com a finalidade de eliminar o impacto da gaguez na qualidade de vida de quem gagueja e atingir uma fluência com que se sinta confortável.
Deverá para isso recorrer a um Terapeuta da Fala que irá utilizar abordagens de intervenção específicas para esta população. Algumas dessas abordagens são:
    • Modificação da Gaguez (Stuttering Modification)
    • Modelação da Fluência (Fluency Shaping).
Os principais comportamentos a modificar pelo terapeuta são o reforço positivo das respostas fluentes, enquanto as crianças aumentam gradualmente a dimensão e complexidade das frases, fornecer um modelo de fala lenta e após o estabelecimento da fluência em sessão terapêutica, faz-se a sua transferência para outros ambientes exteriores.
Para que estes comportamentos sejam modificados a criança irá trabalhar nas sessões de Terapia da Fala objectivos específicos de acordo com uma hierarquia (mais fácil para mais difícil). Para tal é necessário adquirir cada objectivo e proceder à transferência para o objectivo seguinte.
Para além deste trabalho o terapeuta deverá explicar o Programa Terapêutico aos pais e qual o seu papel, esclarecer quais as possíveis causas da gaguez, identificar e reduzir situações que promovem a interrupção da fluência e identificar e aumentar as situações que promovem o aumento da fluência. 


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Para um futuro melhor...

Caros leitores,

O Centro de Fluência de Montereal, no Canadá, é uma organização sem fins lucrativos que dá assistência a crianças e às suas familias, na tentativa de colmatar dificuldades e perturbações da fala.
Oferecem terapia da fala e serviços psico-educacionais aliados a uma vasta gama de serviços clinicos. Estes incluem avaliação e terapia de grupo e individual. Concebem e aplicam programas de prevenção neste domínio para a comunidade e crianças.

Tal instituição, tanto na área da terapia da fala como outras, teria um impacte e seria um ganho imensurável par o nosso país. O trabalho é árduo e o caminho tortuoso, mas todos nós nos devemos debater por mais e melhor para a nossa sociedade e o nosso futuro.

"Quando se sonha sozinho, é apenas um sonho.... 
Quando sonhamos juntos, é o começo da realidade."
 Cervantes



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Leitura para a criança...

Caros leitores,

Nunca é demais uma boa leitura, ler com os filhos, ou ler sozinho... Aqui deixamos mais uma leitura que encontrámos, esta é dirigida para as crianças gagas. É um pequeno livreto/livro de motivação para as crianças e ao mesmo tempo de explicação. Caso seja pai, familiar, professor ou amigo de uma criança gaga, deixamos aqui um bom elemento para passarem um tempo juntos.

Para as crianças que gaguejam













O documento foi retirado do site que aconselhamos a visitar: http://www.e-gagueira.com/index.html
Para ter o livro/livrete pode descarregar Aqui.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dicas para pais...

Caros leitores,

Por vezes em certas situações não sabemos como agir da melhor maneira. Hesitamos em dizer certas coisas ou dizemos coisas que depois nos arrependemos. As nossas ações nem sempre são as mais corretas ou então nem sabemos como agir. O mesmo pode acontecer em relação à gaguez, e, assim, apresentamos algumas dicas/conselhos para os pais.

- Ter um ambiente familiar em que comunica com a sua criança de forma aberta e carinhosa é muito importante. Não façam da gaguez um assunto tabu. 
- Não permita que a gaguez continue a desenvolver-se. 
- Não deixe que a criança perceba que os pais estão tristes com o seu discurso. 
- Mantenha a sua criança saudável, dormindo o tempo suficiente, tendo uma alimentação adequada, tenha uma rotina. 
- Olhe para a sua criança e mostre pela sua expressão que está interessada no que ela está a dizer e não na forma como ela o diz. 
- Não force a criança a falar ou conversar com estranhos. No entanto, incentive a criança a falar as vezes que quiser. - Aceite a sua criança como ela é. 
- Não deixe que a sua criança evite responsabilidades normais. Use a mesma disciplina como com qualquer outra criança.
- Não forneça palavras. Deixe que a sua criança use as suas próprias palavras. Não a interrompa. - Procure a origem da tensão emocional, em casa ou na escola.
- Nada pode substituir o amor, a compreensão e a paciência quando se lida com crianças, qualquer criança.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

"O discurso da criança"...

Caros leitores,

O filme "O Discurso do Rei" é sobejamente conhecido. Através do grupo de gaguez da APG fica a sugestão de duas partes traduzidas documentário (de 4 partes) intitulado: "O Discurso da Criança".

Esperemos que gostem...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lidcomb - Programa de intervenção para crianças

Caros leitores,

Através da fundação espanhola para a gaguez, apresentamos o programa lidcomb pelo Centro de Investigação Australiana para a Gaguez da Universidade de Sidney.

 Tal como outra intervenção com crianças, é aconselhável que os pais tenham um papel ativo e de apoio e que as crianças sintam que estão a ter uma experiência agradável e positiva.
O programa Lidcombe  é uma intervençaõ desenvolvida especificamente para crianças que gaguejam com menos de 6 anos.


 Este programa é essencialmente conduzido pelos pais, e não pelo terapeuta da fala. Este deverá, ensinar e guiar os pais durante a intervenção.



Composto por 2 etapas, durante a primeira, espera-se que a criança deverá reduzir a gaguez e durante a etapa 2, o ganho anterior é mantido por um período alargado de tempo.



Na primeira etapa são dadas técnicas aos pais de resposta e reforço positivo para quando a criança produz discurso sem disfluência e estratégias para quando a criança produz discurso com disfluência.


A aplicação do programa apoia-se em grande medida na medição das disfluências. Na verdade, a intervenção não deverá ser feita sem essa mesma medição. Estas servem para:
  • verificar que as dusfluências estão a diminuir e que ajustes devem ser feitos em caso de não haver melhoria;
  • Para identificar quando é que a criança atingiu os critérios de recuperação;
  • Para certificação que a criança mantém esses critérios a longo prazo.
Durante a segunda etapa os pais vão retirando gradualmente o feedback e a frequência das visitas ao terapeuta da fala vão diminuindo.


Para mais informações consulte http://www.stammering.org/lidcombe.html e, não se esqueça, aconselhe-se com um terapeuta da fala.

"É tão arriscado acreditar em tudo como não acreditar em nada." Denis Diderot

sábado, 24 de novembro de 2012

Uma carta para um educador/professor...

Caros leitores,

Nas nossas pesquisas pela Associação Americana de Gaguez  deparámos-nos com uma pequena carta dirigida aos educadores/professores. A partir dela conseguimos compreender tanto a visão dos educadores/professores, percebendo as suas dificuldades, como ao mesmo tempo entender a visão do indivíduo gago. Assim, achámos muito interessante partilhar esta visão para que possam também desfrutar dos mesmos sentimentos. Aconselhamos vivamente a partilharem, aos pais que se sentem apoiados pelos educadores/professores, e aos professores que precisam de apoio, esperemos sinceramente que se possam confortar um pouco nesta leitura.
A verdade, é que esta carta não se aplica tanto à idade pré-escolar escolar, visto que é remetida já aos professores em situação de ensino formal. Mesmo assim deixa-mo-la aqui, pois qualquer um pode ler, confortar-se e fazer a sua própria avaliação.


Querido Professor,

Você foi convidado a ler esta carta porque você tem uma criança que gagueja na sua turma. A gaguez muda de momento para momento e é diferente em cada criança. Isto torna a situação mais complicada de lidar. Possivelmente, a gaguez desta criança pode não incomodá-lo em particular, nem qualquer uma das outras crianças. Mas também é possível que as outras crianças reajam à gaguez e você nem sempre saiba qual a melhor maneira de lidar com a situação.
Geralmente os professores têm muitas questões...
    • Posso ajudar de alguma maneira?
    • Devo pedir que a criança leia em voz alta?
    • Devo falar de gaguez com a criança?
    • Devo discutir o assunto com toda a turma?
    • Devo ignorar a gaguez?
    • Devo olhar directamente para a criança quando ela está a gaguejar ou devo desviar o olhar?
Estas são todas questões legítimas. As respostas é que diferem para criança que gagueja. Você pode começar por perguntar à criança se tem Terapia da Fala, e se sim, contacte o terapeuta para saber o que você pode ou deve fazer. Muitas vezes, é possível fazer um plano, pelo qual a criança é ajudada a lidar com as situações escolares.
A maioria das crianças detesta ser posta de parte, de ser rotulada como diferente dos outros. Então, certifique-se que a criança que gagueja não recebe tratamento especial ou que é excluída de outras actividades da turma. Se a gaguez for severa, é aconselhável que fale com a criança à parte e que aborde a questão abertamente. Algumas crianças vão apreciar o seu gesto e sentir-se aliviadas. Outras podem recusar discutir o problema. Se assim for, é melhor respeitar e não forçar a criança.
A gaguez é tão difícil para a criança como é para si, provavelmente mais difícil. Por isso, ele ou ela vão precisar de todo o apoio emocional que puderem obter. Você vai ajudar a criança ao aceitá-la tal como ela é, por ser amável e compreensivo e solidário na sua atitude em relação a ele ou ela. Você não tem que mostrar estas atitudes abertamente, a criança estará ciente e sentir-se-à mais segura.

Obrigada pela sua ajuda



Caso queira adquirir o documento pode fazer o download do mesmo Aqui.





sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Escutar...

Caros leitores,

Deixamo-vos um vídeo publicitário de serviço à sociedade da nossa vizinha Espanha.




"A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar."  Zenão de Cítio

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Exigência vs Capacidades

Caros leitores,

Nos dias que correm, a maioria de nós vive a vida contra o tempo e com maior exigência!


Esta corrida pode levar-nos a passar menos tempo com amigos... A praticar menos exercício físico... A querer ser melhor que o nosso colega...

E as nossas crianças?

As nossas crianças são, muitas das vezes, apanhadas nestas correria do mundo adulto.

Num post anterior falámos das causas da gaguez, por fatores predisponentes (como a genética) e os fatores precipitantes (como um acontecimento traumático).

Um modelo de explicação do aparecimento da Gaguez, propõe o desequilíbrio entre as capacidades e as exigências.



Assim, enquanto pais, parece relevante ter em atenção a forma como falam com os filhos, não exigindo uma complexidade que elas ainda não possuem. Da mesma forma, que se estamos sempre com pressa e exigimos que tudo seja feito rapidamente, as crianças podem não conseguir responder de forma tão veloz....

A gaguez é um fenómeno bastante complexo e de dúbias linhas em que todos nós temos um papel a desempenhar. Cumpra o seu...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Disfluência borderline...

Caros leitores,

Anteriormente, aqui n'Os Gaguitos, falámos sobre as diferenças entre a disfluência normal e a considerada patológica na criança.

No entanto, existe uma fase intermédia - a Disfluência Borderline. Este tipo de disfluência é em grande parte semelhante à disfluência fisiológica, mas com ligeiras diferenças que podem tender para a situação de gaguez na fase inicial. Ou seja, apresenta características da disfluência fisiológica intervaladas com características da gaguez inicial.

De uma forma mais fácil:


Assim, na fase borderline, a criança pode apresentar um maior número de disfluências, que se traduzem em mais repetições de partes de palavras e monossílabos e prolongamentos. Mas continua a não ter percepção das suas dificuldades, podendo parecer surpreendida ou intrigada pela razão de não conseguir dizer a palavra.

Se é pai ou educador e pensa que a criança se encontra nesta fase, aconselhamos a:
Esta fase é crucial, podendo evoluir para um quadro de gaguez ou regredir. Os sentimentos da criança e o auto-conceito são fundamentais para ela. Se esta começa a duvidar de si mesma, e acredita que tem realmente dificuldades e que os outros que a rodeiam criticam e reparam nessas dificuldades, provavelmente desenvolverá condicionamentos e comportamentos mais acentuados de gaguez. Se por outro lado, as dificuldades não forem valorizadas pelos outros, continuarão a ser pouco ou nada valorizadas pela criança. E assim, outros sentimentos negativos e pressão psicológica, poderão nem aparecer, evitando-se a passagem para a fase de disfluência patológica.

De qualquer forma, há que ter em atenção que cada indivíduo é único e assim diferente do próximo, respondendo de forma particular a cada desafio e contrariedade na vida... O mesmo se passa com os indivíduos com gaguez!

Expetativas realistas...

Caros leitores,

Muitos pais são tentados a pensar, especialmente após iniciarem o apoio em Terapia da Fala com a criança, que a gaguez é passível de tratamento imediato ou que é um problema que a criança deve aprender a controlar por si. Acreditam que a criança deve ser capaz de aprender o que "está a fazer mal" e de seguida começar a falar como todas as outras crianças. Eles percebem que a criança é muito fluente, pelo menos uma grande parte do tempo, e pensam: "Se ela é capaz de ser fluente algum tempo, ela deve ser capaz de fazê-lo sempre!". 
Tenha expetativas realistas para a sua criança. É verdade que a intervenção precoce pode aliviar a gaguez, no entanto, apesar dos esforços heróicos por parte dos pais ou do terapeuta, e do amor e aceitação de todos, a gaguez pode continuar a persistir em algumas crianças, ao longo da adolescência e/ou até à idade adulta. Deve sempre considerar que a gaguez poder ser uma perturbação crónica, ou seja, persistir durante toda a vida do indivíduo.
Em relação à Terapia da Fala deve também ter em conta as expetativas que coloca sobre a intervenção, seja realista. Por exemplo, pode assistir ao seu filho a ser muito fluente num ambiente clínico, especialmente se responde bem ao terapeuta, mas no entanto, fora da clínica pode continuar a ter grandes dificuldades. Isto é em contexto natural. A gaguez irá variar conforme os tipos de comunicação que lhe são pedidos, bem como o local onde a criança se encontra.


Como ajudar a criança que gagueja

Caros leitores,

A identificação precoce dos sinais de gaguez em crianças em idade pré-escolar é fundamental para uma detecção rápida que conduz a um maior sucesso na intervenção.
Neste vídeo, a terapeuta Lisa Massaro do Hospital Pediátrico de Montreal explica de forma simples os sinais que distinguem uma disfluência fisiológica da gaguez, como devem agir os pais e no que consiste a intervenção do terapeuta nos casos de disfluência.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Psicologia da Gaguez...


Caros leitores,

A dimensão psicológica da gaguez é tão importante como as próprias disfluências e incapacidades de falar da criança. Pois, qualquer pessoa que gagueje, não gosta de fazê-lo.

Uma pessoa que apanhou um susto com um cão enquanto era criança, e criou medo, agora evita chegar perto de tocar em cães. O mesmo pode acontecer com a gaguez, sendo que as pessoas que gaguejam desenvolvem mecanismos relativamente à sua perturbação.

Guitar (2006), divide os comportamentos dos indivíduos com gaguez em comportamentos primários e secundários:















Depois de situações sucessivas de disfluência, os sentimentos e atitudes da criança com gaguez, podem alterar a sua perspetiva. Tal como uma bola de neve, a criança começa a perceber que tem dificuldades na fala e que, acima de tudo, são incontroláveis da sua parte. Começa a surgir os sentimentos de frustração e vergonha... Podendo estes sentimentos começar a condicionar as situações de fala da criança, pois ela vai sentir mais dificuldades e pressão. As produções de fala seguintes são com mais esforço e tensão, pois a criança antecipa a disfluência e os sentimentos negativos relativos a ela.

A continuidade do ciclo leva a:

Frustração
Medo
Vergonha
Hostilidade

A criança por um lado projeta a sua identidade e a sua crença das "fraquezas" nos outros - acreditando que os outros a estão a julgar. Mas, por vezes, não é necessário fazer essa projeção, pois, os próprios interlocutores têm reações ao gaguejar da criança, que aumentam e acumulam estes sentimentos negativos. Os sentimentos acumulados cristalizam ao longo dos anos, fazendo parte integrante da "identidade do gago".

É devido a tudo isto, e muito mais, que como temos vindo a demonstrar ao longo dos post's, queremos enfatizar a ideia de que a intervenção precoce é crucial. Quanto mais cedo forem detetados estes sentimentos, mais cedo se pode combatê-los!

domingo, 18 de novembro de 2012

Gaguez e Terapia da Fala...

Caros leitores,
A sociedade está preparada e informada para a gaguez?

A sociedade em geral não sei, mas aqueles que lidam diariamente com as crianças e que deviam ter um olho aberto para estas situações não estão de certeza.
Que conselhos daria aos pais na mesma situação? 

Sem dúvida para consultarem um terapeuta da fala o mais cedo possível e para nem sempre confiarem nos médicos. 
 A sociedade está preparada e informada para a gaguez? 

Não! E cada vez mais aqueles que deveriam saber sobre estes assuntos, como o caso dos médicos, ainda me desiludem mais. Por vezes parece que é uma luta que temos que travar sozinhos e que se não formos nós a insistir, a procurar, a perguntar, ninguém nos diz nada.
(Testemunhos Reais)

São estas algumas respostas de pais de crianças com gaguez, que nos permitem compreender quais as maiores necessidades dos cuidadores, tanto em termos de informação e sensibilização como de encaminhamento.

Em situações de necessidade é comum os pais recorrerem ao pediatra. É o profissional de saúde que lhes está mais próximo, que conhece o percurso de vida da criança e é aquele com quem estão habituados a lidar. Os testemunhos acima mencionados exemplificam pais que recorreram ao seu pediatra, ou outro médico, quando desconfiaram pela primeira vez que os seus filhos poderiam ter gaguez. Podemos perceber que não foram situações de sucesso, pois nesta primeira tentativa a resposta comum foi: Isso é normal passar, se não passar espere até aos sete anos para tentar outra vez. Ou seja, são exemplos de pais descontentes. Independentemente da resposta que obtiveram, estes pais acabaram por recorrer a outros profissionais de saúde, aconselhados por outras pessoas, nomeadamente o Terapeuta da Fala.
Então perguntam-se vocês: O que é o Terapeuta da Fala? É o profissional responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo científico da comunicação humana e patologias associadas (CPLOL).

A ideia que queremos passar é que existe outros profissionais de saúde para além daqueles que estão mais próximos de nós. Não é nossa intenção pôr em causa o trabalho dos médicos e pediatras, mas em relação à gaguez, que como referimos é um distúrbio da fluência da fala encarada como uma patologia da comunicação a nível terapêutico, cabe ao Terapeuta da Fala diagnosticar e intervir a esse nível.
Este tipo de situações de descontentamento pode acontecer porque a profissão de Terapia da Fala ainda é muito recente em Portugal, não havendo, ainda, por parte de toda a classe médica um conhecimento da mesma quanto às áreas em que intervém (linguagem, comunicação, fala, voz, deglutição, leitura e escrita).

Quando desconfiar que a criança apresenta alterações na fluência da fala, 
pode sempre contactar um Terapeuta da Fala mais próximo de si.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A importância que merece!

Caros leitores,

Mais uma vez e porque a informação, desmistificação e esclarecimento são batalhas que nunca deveremos deixar de lutar deixamo-vos um vídeo sobre a gaguez infantil.

Não deveremos desvalorizar, em momento algum, a gaguez infantil. Esta é merecedora da nossa atenção como qualquer outra dimensão no desenvolvimento das nossas crianças.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Check list para pais e professores...

Caros leitores,

Um dos nosso objetivos para com este trabalho é conseguir atingir um maior número de pessoas para a consciencialização da temática da Gaguez. Para isso, temos vindo a abordar os tópicos base da questão, para que qualquer pessoa que chegue à nossa plataforma possa esclarecer as suas dúvidas e perceber o tema. Uma das mais valias deste trabalho tem sido o facto de ser uma plataforma virtual, e, assim, conseguimos atingir um maior número de pessoas tentando sempre responder às necessidades de cada um.

Nesta perspectiva, elaborámos uma check list para pais e educadores, tentando assim compreender as capacidades e competências da criança. Este documento foi entregue em particular a uma Terapeuta da Fala, que distribuiu aos pais dos seus casos de crianças com gaguez. Enviámos ainda para várias associações de gaguez e para outros Terapeutas da Fala. 

Aqui, viemos deixar-vos o documento, para que assim possam ajudar-nos na nossa iniciativa, respondendo às perguntas.


Agradecemos qualquer ajuda, podem enviar as vossas respostas para o nosso e-mail: gaguitos.ualg@gmail.com.

Para terem acesso ao documento podem fazer o download Aqui.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A verdade da mentira... Mitos sobre a gaguez

Caros leitores,

A tradição oral permite-nos, hoje em dia, conhecer e manter histórias, lendas, usos e costumes de tempos idos. No entanto, por muita sabedoria que a maioria encerre, alguns efabulam factos que hoje em dia sabemos que não correspondem totalmente à verdade.

A gaguez não é exceção! Muitos são os mitos e as considerações menos verdadeiras desta condição.
A título de curiosidade aconselhamos a visita deste sítio, onde de forma simples se desmistificam alguns desses mitos.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Leituras para pais e filhos...


Por vezes os colegas da escola do meu filho chamam-lhe gago ou começam a imitar aquilo que ele faz. E muitas vezes o meu filho vem-nos contar e nós não sabemos o que lhe dizer para além do: "não ligues..."
Testemunho real

Sentimentos  de impotência e desconforto em relação à situação do seu filho pode ser o que acontece por não saber o que fazer como pai. A gaguez, como muitas outras situações, tende a ser partilhada entre os pais e os filhos, sendo que a dor do filho é sentida pelos pais e as preocupações dos pais são percepcionadas pelo filho.

A verdade é que existem fatores independentes do controlo dos pais e educadores, em relação ao que rodeia a criança, como é caso de ser alvo de gozo ou de insultos, que por sua vez podem levar com que a criança comece a percepcionar a sua dificuldade e a criar sentimentos negativos em relação à sua fala. Assim, na tentativa de ajudarmos nesta situação, aconselhamos a leitura do livro de Priscilla Silveira - A fala e o rio - como uma boa forma de falar sobre a gaguez com o seu filho. 




Traduzido para Português de Portugal.


Para os interessados em obterem o livro em formato digital fica o link em que podem fazer o download do ficheiro: Aqui

Tropeçar nas palavras

Caro leitores,

Ao longo dos vários post's temos falado sobre o que é a gaguez, as suas causas, basicamente o conhecimento básico sobre a temática abordada. Descrevemos a gaguez como sendo uma perturbação da fluência, um nome estranho podem vocês pensar...

No post "Sobre a fala..." tentámos explicar-vos em que consistia o ato de falar. Agora vamos tentar explicar como falamos.
Por exemplo quando dizemos: "Aquela rapariga fala tão depressa que às vezes não consigo entender!". Isto acontece porque a fluência tem uma relação muito estreita com o tempo. A cadência da fala "parece-nos normal" quando:
    • o tempo que a pessoa demora a dizer algo é confortável (nem muito depressa ou devagar);
    • o ritmo  das palavras permite uma boa dicção, logo compreensão;
    • não tem demasiadas pausas, hesitações, repetições, reformulações...
    • a entoação é correta, das frases (p.ex. perguntas e exclamações) e das palavras;
    • a pessoa domina a sua língua natural 
Aspetos que as crianças mais pequenas ainda estão a aprender a dominar!

Num post anterior falámos-vos da disfluência fisiológica e da gaguez (aqui). Relembramos que é normal uma criança pequena apresentar pequenas disfluências como as repetições, interjeições, prolongamentos, revisões... Sendo que as primeiras são mais comuns em crianças mais novas e as últimas em crianças mais velhas.

No entanto, se é um pai que está preocupado com a fala do seu filho, um dos pontos chave da disfluência em idades tão precoces prende-se com o facto de a criança ter, ou não, consciência desses pequenos tropeções! E mais, se apresenta algum tipo de frustação com estes. Esta questão será tratada num outro post, onde explicaremos as atitudes das crianças relativamente às suas disfluências.

"O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário."
Lucius Annaeus Seneca

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que causa a Gaguez...

Caros leitores,

Temos vindo a tratar de certas questões base sobre a gaguez, permitindo alguma compreensão e responder a certas perguntas com que se possam deparar. Neste âmbito, quando começam a surgir as dúvidas do seu filho ser gago ou não, pode vir a pergunta: Mas o que é que causa a gaguez?. Então, é com este "post" que esperamos responder de uma forma sucinta a esta pergunta.

A gaguez é uma patologia de etiologia multifactorial, ou seja, das inúmeras investigações realizadas ainda não se chegou a um consenso sobre o que causará realmente esta patologia. Assim, certos autores dividem a etiologia da gaguez em dois factores:
      • Factores Predisponentes (genética, neurologia, neuroquímica)
      • Factores Precipitantes (ambiente, origem psicológica)

Pesquisas na área da genética apontam para a existência de uma predisposição genética para o desenvolvimento da gaguez, indicando que sensivelmente em cerca de 40 a 50% dos casos diagnosticados, há familiares com esta patologia comunicativa. Estudos sobre a mutação genética,  ao nível do gene GNPTSB, que pode ser capaz de alterar o funcionamento normal de células cerebrais localizadas no centro de controle da fala. Pesquisas na área da neurologia parecem apontar para uma maior actividade do hemisfério direito no processamento da fala das pessoas com gaguez, em comparação com as pessoas fluentes, cujo hemisfério esquerdo é o mais activo.

Por outros lado temos os Factores Precipitantes ao nível socioambiental, que segundo Gaiolas, o ambiente não é tido como uma das causas da gaguez mas como um factor externo que influencia a instalação e o agravamento da gaguez. Autores defendem que os modelos de fala das figuras significativas podem afectar a fluência da criança. Segundo Gaiolas, a gaguez aparecer como sendo de origem psicológica não é correcto, sobre este tema acredita-se que a ansiedade e os distúrbios emocionais/psicológicos são apenas uma consequência da gaguez, e não uma causa.


Concluindo, não existe nada de concreto acerca da/s causa/s da gaguez. Sugere-se, contudo, que o que esteja na origem da instalação desta patologia seja a combinação de algumas das teorias descritas. Apenas como certo pode-se ter que as causas da gaguez diferem de pessoa para pessoa, daí ser tão complexa a identificação da etiologia desta patologia.

(Gaiolas, M. (2010). Gaguez da Infância à Adolescência. Cascais: Vogais & Co.)




APG - Grupos Gaguez

 Caros leitores,

O site da  Associação Portuguesa de Gagos é sempre um bom sítio para dar uma espreitadela regular...

Deixamo-vos a divulgação dos dos grupos Gaguez.

Grupos Gaguez
Os Grupos Gaguez têm por objectivo promover o encontro informal de pessoas que gaguejam. Com uma duração de entre 1 a 2 horas, o seu intuito é o de potenciar o convívio entre pessoas que gaguejam e promover a partilha de experiências e de formas de enfrentamento da dificuldade.
Não existe uma obrigatoriedade em intervir ou partilhar experiências. Quem não quiser intervir ou partilhar alguma experiencia está no pleno direito de o fazer, podendo simplesmente aparecer para escutar e tomar um café!

  • Grupo Gaguez do Porto

Ocorre no Café Restaurante Areal Praia, junto à praia de Miramar, em Vila Nova de Gaia. É um encontro com a pronúncia do Norte! Se és da Zona do Porto aparece!
Próximo encontro: 17 de Novembro de 2012, 14:30h


  • Grupo Gaguez de Coimbra

Ocorre na primeira 4ª-Feira de cada mês no Instituto Universitário Justiça e Paz no pólo I da Universidade de Coimbra. Se és da zona de Coimbra aparece!
Próximo Encontro: 7 de Novembro de 2012, 18h.

Não existe um grupo gaguez na cidade onde moras, mas gostavas de dinamizar um? Entra em contacto com a APG através de gaguez@sapo.pt ou então adere ao nosso Grupo Google Gaguez!

  • Grupo Google Gaguez

O Grupo Google Gaguez é um fórum constituído maioritariamente por pessoas que gaguejam e seus familiares, mas também por profissionais de saúde com o objectivo de constituir um espaço na internet de reflexão e de debate que alimente a criação de uma nova percepção da gaguez junto daqueles que de alguma forma convivem com ela e que buscam confronta-la, debate-la e compreende-la melhor. Junta-te a nós! 

Pode aderir aqui 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sobre a fala...

Caros leitores,

Temos vindo a referir a gaguez como uma alteração da fala. No entanto, para falarmos de uma perturbação de algo temos de perceber como esta funciona...

A nossa capacidade de emitir sons muito precisos e em rápida sucessão para produzir uma palavra ou frase é algo que não nos apercebemos no nosso dia a dia.

Mas, sabem que a fala é um processo altamente complexo?


Aquilo que pretendemos dizer é traduzido para uma representação linguística que é enviada para os mecanismos da fala que coordenam, iniciam, modificam e executam a produção desses sons, que resultam numa palavra ou frase.

Assim, existem áreas no nosso cérebro que são responsáveis pela produção da fala e outras responsáveis pela compreensão da fala, sendo que, na maioria das pessoas o hemisfério responsável pela linguagem é o esquerdo. Não obstante, aspetos da fala como a entoação do discurso que são da responsabilidade do hemisfério direito...

Quando todas estas informações (o que vai ser dito, a rapidez, a entoação, ...) estão definidas são enviadas ao córtex motor do cérebro que as envia para os órgãos responsáveis pela fonação (a fala).

A fonação em si, acarreta o fluxo de ar proveniente dos pulmões, passagem pela laringe (que tem as pregas vocais) e o movimento preciso dos articuladores (chamamos articuladores às estruturas estáticas ou que se movem para produzir os diferentes sons).

Agora que já conhecem o processo, acham que é simples?

Todo este processo é desenvolvido desde o nascimento. Ou seja, as crianças, sem qualquer forma de ensino formal (escola ou explicações) aprendem a falar! Claro que não o fazem de um dia para o outro, passam por várias etapas que se encadeiam umas nas outras. Na verdade, cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento e não tem de ser igual aos coleguinhas da escola.

Na idade pré-escolar, até aos 6 anos, é a fase da sua vida em que há o maior crescimento linguístico e uma explosão de conhecimento do mundo que a rodeia. A mente é tão veloz e há tanta coisa para dizer e tantas histórias para contar, que por vezes a "boca" não acompanha o pensamento!

Daí que é tão importante a questão de mostrar aos caros leitores que todas as crianças, umas mais que outras, passam por períodos de disfluência. Esta disfluência já tratada num outro post é conhecida como a disfluência fisiológica. Não esqueçamos que até o processo que descrevemos anteriormente estar completamente automatizado (tal como em nós adultos) leva tempo e requer alguma prática.

                                                           (Sim-Sim, 1998) e (Dronkers e Ogar, 2004)


Fica este vídeo para quem quiser saber mais acerca do funcionamento do cérebro em questões de linguagem e outras.